Por um futuro sustentável

Descarbonizar a Mobilidade

Os combustíveis renováveis e de baixo carbono são uma solução tecnológica essencial e de longo prazo, que continuarão a contribuir para a descarbonização de todos os modos de transporte, desde o transporte rodoviário, em complemento estratégico à sua eletrificação e à utilização de combustíveis gasosos renováveis, até aos transportes aéreos e marítimos onde poderão ser uma solução duradoura e a uma escala internacional crescente.

O Desafio – A Clean Planet for all

Mobilidade sustentável – um dos eixos do combate às alterações climáticas

A UE pretende reduzir 90% dos GEE nos transportes até 2050, em comparação com 1990.

– Os veículos ligeiros de passageiros representam 17% das emissões totais de GEE da economia.

– Rápida transição para a mobilidade sustentável através da descarbonização e modernização do setor.

    • As importações de petróleo deverão reduzir-se entre 50 a 60%, em comparação com 2015.
    • Os combustíveis de baixo ou zero teor de carbono são reconhecidos como atores importantes no setor dos transportes.
    • Os combustíveis sintéticos e os biocombustíveis desempenharão um papel importante na descarbonização da mobilidade.

Para garantir o sucesso da transição energética, é imperativo que os decisores políticos nacionais e da EU, concedam o mesmo reconhecimento político e um nível adequado de apoio a todas as formas e fontes de energia renováveis nos transportes. Todas as tecnologias e cadeias de valor que tenham potencial para contribuir para a neutralidade climática, devem ser consideradas em pé de igualdade.

A MOBILIDADE EM PORTUGAL

O setor dos transportes é o setor com maiores emissões de dióxido de carbono equivalente (28%) e o principal consumidor de energia, representando 36,1% do consumo total de energia final em 2019.

Emissões sectoriais de dióxido de carbono equivalente, em Portugal, em 2019. Submissão do inventário nacional realizada em março/abril de 2021 à União Europeia e à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Fonte: APA, 2021.

  • Em 2019, o transporte rodoviário representava 94,9% do consumo de energia nos transportes.
  • A frota automóvel em Portugal tem, em média, 12,9 anos que compara com a média europeia de 10,8 anos.
  • Dos 5,3 milhões de carros em Portugal, 62% têm mais de 10 anos de idade.

Consumo Total de Energia nos Transportes em 2020 (ktep; %). Fonte: DGEG.

Torna-se, portanto, essencial garantir que “ninguém seja deixado para trás”, não vedando a ninguém o acesso a uma mobilidade acessível e permitindo a descarbonização progressiva da frota de veículos mais antigos.

COMEÇAR A DESCARBONIZAÇÃO HOJE

– Diversidade de vetores energéticos e soluções tecnológicas.

– Neutralidade tecnológica.

– Transição para combustíveis de zero ou baixo teor de carbono (CBC) produzidos a partir de:

  • Matérias-primas alternativas como biomassa sustentável, agrícola e florestal, e resíduos (biocombustíveis).
  • Eletricidade produzida a partir de fontes renováveis e CO2 (combustíveis sintéticos e renováveis ​​derivados do hidrogénio).

Deverão ser tidas em consideração as implicações sociais e económicas da cadeia de valor dos combustíveis emergentes, especialmente no que concerne ao emprego existente e à criação de emprego nas novas cadeias de valor.

UMA VIA PARA A NEUTRALIDADE CLIMÁTICA – COMBUSTÍVEIS DE BAIXO CARBONO

O que são os Combustíveis de Baixo Carbono (CBC)?

Combustíveis sustentáveis de origem não petrolífera, com nenhumas ou emissões muito limitadas de CO2, durante sua produção e utilização.

Podem ser utilizados em toda a mobilidade – terrestre, marítima e aviação. Ao utilizar os ativos atuais são evitadas disrupções, tornando-os mais acessíveis.

Os CBC são um complemento a outros vetores energéticos essenciais para a descarbonização da mobilidade, como a eletricidade e o hidrogénio.

Exemplos de CBC

  • Biocombustíveis sustentáveis – à base de culturas alimentares e forragens ou óleos vegetais sustentáveis.
  • Biocombustíveis avançados– à base de culturas não alimentares, com biomassa lignocelulósica, resíduos agrícolas e culturas energéticas ou materiais residuais.
  • E-combustíveis ou combustíveis sintéticos – resultantes da síntese de hidrogénio verde, produzido através da eletrólise da água utilizando eletricidade proveniente de fontes renováveis, e dióxido de carbono (CO2) capturado.
  • Biogases– gases obtidos a partir da decomposição de material orgânico, tais como resíduos florestais ou os resíduos orgânicos urbanos.
  • Outros combustíveis de baixo carbono – combustíveis produzidos a partir de outras matérias-primas provenientes de resíduos de origem não.

Quais as vantagens imediatas dos combustíveis de baixo carbono?

  • Redução substancial da nova infraestrutura necessária e um menor custo de implantação da distribuição de energia elétrica e dos pontos de carregamento rápido.
  • São a única alternativa tecnológica para muitos segmentos de transporte, aviação, marinha e transporte pesado, onde a eletrificação está em estágios muito iniciais permitindo, portanto, a descarbonização progressiva desses setores.
  • Dão opção de escolha entre tecnologias de baixo carbono, garantindo que a neutralidade carbónica seja acessível a todos, sendo uma solução competitiva em comparação com as alternativas.
  • Garantem a segurança de abastecimento.
  • Reduzem a pressão e o custo para obter uma substituição completa da frota que garanta a neutralidade climática, apoiando também uma transição justa.
  • Ajude a manter a dinâmica industrial portuguesa e europeia, e o emprego no setor automóvel.

Uma transformação energética duradoura e inclusiva, que contribua ativa e transparentemente para a transformação dos nossos sistemas de energia e transporte, deverá ter em conta todas as tecnologias de baixo teor de carbono que possam apoiar a ambição climática da EU, respeitando também as necessidades sociais e económicas dos consumidores.

 

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