A transição elétrica é vantajosa. Contudo, o seu impacte ambiental continua a ser pouco falado.
A pegada elétrica existe – e está patente na transição energética. É impossível, hoje, falar de tecnologias, sem falarmos das matérias-primas necessárias. O mundo geopolítico e bélico está, atualmente, dependente destes elementos e materiais. Contudo, parece que nem todos querem abordar o problema.
Os veículos elétricos (VE) são (também) poluentes – embora possam não parecer. É um dos grandes paradoxos atuais. Baterias, componentes eletrónicos, data centers, todos dependem da extração, nem sempre responsável, de matérias-primas. E os VE são um dos principais visados. O impacto atmosférico, esse, é inegável.
É certo que as emissões ao longo da sua utilização são nulas. Mas a análise de ciclo de vida deveria ter em conta toda a cadeia de valor. A pegada elétrica, de carbono, existe durante o seu fabrico. E as baterias são uma das fontes de gases com efeito de estufa. Extração e refinação de minérios, o seu transporte e montagem dos componentes, são os fatores contribuintes. Bem como a produção de eletricidade.

Pegada elétrica e “quantos-queres” de emissões
“Apesar de não expelirem gases com efeito de estufa, os veículos elétricos têm uma pegada de carbono. As baterias elétricas são uma relevante fonte de produção de GEE”, explica o autor do artigo, Jorge Costa Oliveira, consultor financeiro.
Jorge Oliveira apresenta, também, os números associados, comparando os VE aos híbridos e aos tradicionais a combustão interna. Contudo não hajam dúvidas. Se a pegada de carbono inicial de um elétrico pode ser superior, ao longo do tempo, os valores diminuem, face às restantes hipóteses. Ora vejamos: “em 16 anos e fazendo 240.000km, um VE médio produz 39tCO2e, enquanto um similar híbrido elétrico gera 47tCO2e e um veículo a combustão, 55tCO2e.”
Contudo, explica o consultor, mesmo com o crescimento de VE’s nas estradas, o panorama ambiental é complexo. A pegada elétrica depende de todos os fatores mencionados. E torna-se quase impossível controlar o que não se produz em solo conhecido.
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