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Veículos elétricos sustentáveis, sim ou não?

 

Desde a extração da matéria prima, ao fabrico e ao consumo, será que os veículos elétricos são os melhores amigos para a sustentabilidade ambiental?

Veículos elétricos (VE’s) sustentáveis. Geralmente é essa a ideia transmitida por vários fabricantes, vendedores e até mesmo governos. A eletrificação está a caminho e é o futuro, mas será que este novo meio de locomoção é mesmo o mais equilibrado?

Em Inglaterra, uma análise às emissões geradas durante a produção de automóveis pouca margem deixa para dúvidas. Os veículos elétricos geram até 70% mais emissões que a produção de veículos ainda a combustão (biocombustível, híbrida ou fóssil). O que implica uma utilização de dezenas de milhar de quilómetros, para equilibrar as contas. Será que vale realmente o investimento? É que no Reino Unido, como em Portugal, ou em qualquer outro país ocidental, os planos de aquisição evocam a possibilidade de troca de carro, ao final de 3 a 4 anos, com pouca quilometragem realizada. E mais uma vez se coloca a questão. Serão os veículos elétricos sustentáveis, será que compramos por preocupação ambiental? Será que sabemos o que está por detrás?

Se pensarmos, apenas, de onde vêm as matérias primas e como são extraídas, a resposta é um rotundo não. Mas por outro lado, tudo parte do princípio do consumidor/cliente adotar novas práticas de consumo.

Imagem colorida de automóvel elétrico sendo carregado. Coloca-se a pergunta: serão os veículos elétricos sustentáveis face a todo o seu ciclo de vida bem como dos materiais?

 

Pouca informação para a tendência elétrica

Além da falta de escala, ainda a nível europeu, para uma total eletrificação, em termos de fabrico automóvel, muito há por fazer. Se tivermos em conta as novas regras impostas a partir de 2035, ainda mais complicado ficará este sistema. E como tal, seria essencial apostar também em alternativas para uma transição que ainda demorará o seu tempo. Principalmente até se encontrarem alternativas tecnológicas para os veículos elétricos poderem finalmente ser totalmente “verdes”.

Mike Hawes, chefe-executivo da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores no Reino Unido explica uma das potenciais soluções: “Embora os VE’s sejam mais intensivos em energia para produzir, os fabricantes estão continuamente a investir em maneiras de tornar a produção mais eficiente, incluindo a expansão das suas próprias fontes de energia renovável (…) o mesmo acontecerá com a produção e as emissões do ciclo de vida dos VE’s.”

Além de uma mudança de hábitos de consumo da sociedade, passará também pela indústria automóvel, alterar os seus standards de processamento e produção. É aliás essencial que todo o sistema comece a ser mais circular, aumentando, sem dúvida, o ciclo de vida dos materiais, e apostando igualmente na reutilização e reciclagem de produtos e subprodutos.

Importa não esquecer que os veículos elétricos sustentáveis terão de o ser desde a origem. De outra forma serão apenas uma falácia moderna.

 

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