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O impacto dos biocombustíveis na descarbonização

 

Não só em Portugal como na Europa o papel dos biocombustíveis escassa no seu objetivo. Principalmente no que toca à frota de transportes (pesados e não só). Para uma descarbonização eficaz, importa fomentar a produção.

Fundamentais na busca pela descarbonização, uma das metas ambientais (e políticas) europeias, os biocombustíveis continuam em segundo plano. O impacto dos biocombustíveis na nossa vida poderia ser muito maior, tendo em conta a sua importância nos transportes. Contudo, a Agência Internacional de Energia, afirma que o setor está longe do caminho esperado.

Com uma demanda energética cada vez maior, é urgente reposicionar os biocombustíveis como uma resposta ideal. E se não de forma direta, pelo menos no auxílio à redução de emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente no que toca ao abastecimento tanto de transportes pesados terrestres. A aviação e a marinha já dão cartas, mas mais poderá definitivamente ser feito.

Fotografia colorida de Ana Marisa Calhôa, secretária geral da ABA, que declara essencial o papel dos biocombustíveis na descarbonização.

O modelo de fora no que toca ao impacto dos biocombustíveis

Se para Portugal, o Governo tenciona apostar mais na produção em SAF (Sustainable Aviation Fuel), a Repsol arrancou com o seu lugar no mercado junto às companhias low-cost na Península Ibérica. Por outro lado, é sabido que o impacto dos biocombustíveis na saúde ambiental e económica não passam apenas pelo que o olho encontra. Será necessária uma verdadeira aposta na produção sustentável, com o menor risco para a biodiversidade, e evitando criar constrangimentos sociais.

Para uma maior colaboração entre as várias iniciativas, foi criada a BioFuture Platform Iniciative, que inclui 22 países, que promove uma bioeconomia de baixo carbono.

Ainda assim, “Além de olharmos para o que de bom já se pratica no estrangeiro, enquanto modelo orientador para acelerarmos a mudança em território nacional, é essencial entendermos que entraves ainda existem [em Portugal] para alcançarmos [as nossas] metas” avança Ana Marisa Calhôa, secretária-geral da Associação de Bioenergia Avançada.

Dentro destas dificuldades encontra-se, por exemplo, a desconfiança perante a incorporação dos biocombustíveis. Em Portugal está apenas 11%, enquanto que em países nórdicos, esta percentagem atinge os 20%.

Tal como mencionado antes, também ao nível de autoprodução, estamos muito atrás. Jaime Braga, secretário-geral da Associação Portuguesa de Produção de Biocombustíveis, declara que os níveis de produção nacionais estão muito abaixo do esperado tanto para Portugal, como a nível europeu.

Mas as perspetivas, apesar de tudo, são de esperança. A criação da Plataforma de Combustíveis de Baixo Carbono, que já conta com um maior número de membros e parceiros, pauta pela diferença. Desde a indústria à academia, passando pela comunicação e esclarecimento, encara de frente e principalmente a educação generalizada de uma população mais ávida de conhecimento.

O impacto dos biocombustíveis está aí – cabe-nos produzir e usá-los em prol de um melhor futuro.

 

 

 

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