www.jornaldenegocios.pt

Metas para emissões reduzidas, não serão atingidas, alerta o Tribunal de Contas Europeu

Objetivos de emissões zero ou neutras para 2035, novas regras para a circulação de veículos antigos, travão na produção e venda de frotas a qualquer tipo de combustão, mas, mesmo assim, as metas para emissões não serão cumpridas. Quem o diz? O Tribunal de Contas Europeu.

“A União Europeia não vai conseguir alcançar as suas metas de redução das emissões de dióxido de carbono para os automóveis novos de passageiros.”, afirma o Tribunal de Contas Europeu (TCE). E assim continua a controvérsia.

Por um lado, a eletrificação na mobilidade tem de ser feita. Por outro, a falta de matéria-prima, de apoios à aquisição de veículos, ou o atraso na evolução do parque automóvel, leva a que as metas para emissões estejam longe de serem cumpridas. Estas são algumas das razões apresentadas pelo Tribunal de Contas Europeu. O TCE aponta, desta forma, as principais dificuldades para a redução de gases com efeito de estufa, num setor que na Europa foi responsável por 21% das emissões em 2021.

Imagem colorida, do edifício do Tribunal de Contas Europeu, com as bandeiras dos Estados-membros hasteadas no campus principal. O Tribunal de Contas Europeu alerta que as metas para emissões, propostas pela União, não serão cumpridas.

Metas para emissões apenas possíveis com elétricos

Contudo, o discurso do TCE é similar ao da Comissão Europeia. Apenas com a utilização de veículos elétricos, será possível reduzir as emissões médias de CO2. Descarta, desta forma e totalmente, as frotas mais antigas ou mesmo os modelos híbridos. Exatamente o tipo de veículos que a maioria da classe média europeia consegue adquirir atualmente.

Palavras de Pietro Russo, responsável pelo documento agora apresentado pelo TCE, “enquanto o motor de combustão for o rei da estrada, não haverá uma redução real e visível das emissões de CO2 dos carros. E eletrificar o parque automóvel da UE não é tarefa fácil. A revolução ecológica da UE só pode acontecer se houver muito menos automóveis a poluir”.

Contudo, mantém-se a questão. O que fazer enquanto os valores dos elétricos são superiores a 30 mil euros, e não existe uma rede elétrica eficiente e autónoma? E porque não se aproveitam as novas tecnologias para incluir combustíveis de baixo carbono ao atual parque automóvel europeu?

Não basta certamente impor regras. As metas para emissões podem ser cumpridas, numa transição justa, englobando todas as alternativas energéticas, mais sustentáveis.

 

LEIA A NOTÍCIA ORIGINAL AQUI