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Elétricos não chegam para todos. Carlos Tavares, CEO da Stellantis, chama a atenção para o óbvio. A transição energética não está a ser justa, nem para empresas nem para clientes e consumidores.

Foi no Porto que Carlos Tavares, CEO da Stellantis, colocou o dedo na ferida. Os automóveis elétricos não chegam para todos, explica, enquanto a Comissão Europeia parece empenhada numa eletrificação total do espaço comum.

Embora tendo adquirido 20% do fabricante chinês Leapmotor em outubro de 2023, a Stellantis assume o risco. A entrada das marcas chinesas no mercado europeu, consegue responder à declaração que os elétricos não chegam para todos. Poderão vender novos veículos a custos 30% inferiores aos “normais”. Desta forma, as empresas europeias entrarão em “vermelho direto”, com óbvios prejuízos nas vendas.

Quem o afirma é Carlos Tavares, CEO da Stellantis. O administrador descreve ao Diário de Notícias vários outros fatores que provocam uma fratura social, no que diz respeito à transição energética. Os elétricos são caros, e as famílias de classe média não os conseguem comprar.

Enumerando várias outras causas, reflete também sobre a imposição da Comissão Europeia. A partir de 2035 não serão permitidas vendas de automóveis a combustão. Com a justificação das emissões de CO2, a CE parece esquecer que os elétricos não resolvem o problema. Relembrando que não há ainda uma rede eletrificada autossuficiente, a aposta em veículos híbridos e em subsídios poderia funcionar. Contudo, mais uma vez, com o corte nos motores a combustão, mesmo que hajam alternativas de baixo carbono, sem emissões, o discurso é mandatório – não haverá queima de combustíveis. Pura demagogia, dogmatismo ou interesses económicos?

Fotografia colorida de Carlos Tavares, CEO da empresa representante automóvel, Stellantis, que declarou, aparte de um evento, no Porto, que os veículos elétricos não chegam para todos.

A desigualdade e injustiça da transição, quando os elétricos não chegam para todos

Perante o óbvio, não há espaço para negar a desigualdade no setor automóvel. A necessidade de mudança é crítica, mas a que preço? E de que forma? Carlos Tavares reflete igualmente que as eventuais mudanças políticas podem alterar todo o trabalho feito até agora em prol da descarbonização na mobilidade terrestre. “Não se pode decidir que as pessoas vão perder a sua liberdade de movimento, simplesmente porque se decidiu que não está alinhado com a estratégia de acabar com o veículo térmico.”

Contudo, acredita que perante o atual cenário, as marcas e empresas terão de se preparar para o futuro. Descarbonizar o setor e permitir um maior alcance a todas as famílias.

 

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