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EcoGreen Power, o primeiro combustível sustentável, e certificado como tal, é português

O EcoGreen Power, combustível sustentável e certificado como tal, é português e, é produzido a partir da reciclagem dos resíduos de hidrocarbonetos, pela Eco-Oil.

Chama-se EcoGreen Power, o primeiro combustível sustentável e certificado, anteriormente designado de 4BTE – Baixo Teor de Enxofre. Resulta da recuperação e tratamento dos resíduos de hidrocarbonetos, e já se encontra a ser vendido a empresas industriais pela Eco-Oil, desde 2015.

A empresa, sediada em Setúbal, é reconhecida pelo seu trabalho de descontaminação de águas provenientes dos navios tanque, e dos quais resultam os resíduos que servem para a produção deste óleo.

Em termos de valores, só em 2020 a empresa sadina atingiu 24 mil toneladas no mercado, aumentando o valor em 2021 para as 31 mil toneladas. Em 2022, a invasão e conflito ucranianos vieram infelizmente mudar o cenário, principalmente devido à dificuldade em abastecimento de matérias-primas. Para 2023 as expetativas são, no entanto, outras e espera-se que haja uma nova alteração no rumo da empresa, principalmente em termos de faturação – de 9 milhões de euros, auferidos em 2022, esperam-se agora 14 milhões para o presente ano.

Assistência simultânea de dois navios no estaleiro da Eco-Oil - empresa portuguesa produtora do EcoGreen Power, o primeiro combustível sustentável e certificado como tal

EcoGreen Power, combustível sustentável, certificado como tal e à espera de oportunidades

Perante estes resultados, a certificação agora obtida torna-se uma peça essencial na engrenagem. A garantia dada pelo International Sustainability and Carbon Certification (ISCC) reconhece que este biocombustível “Made in Portugal” permite reduzir emissões até 99.75% em relação ao combustível fóssil tradicional.

Desta forma seria possível alavancar o interesse de outras indústrias com objetivo à sua própria descarbonização.

”(…) um instituto internacional a certificar que o EcoGreen Power tem uma redução de emissões de 99,75% face ao combustível fóssil alternativo, o que tem um impacto grande na decisão do cliente” refere Nuno Matos, CEO da Eco-Oil.

Contudo, e apesar do sucesso e garantias ganhas, a Eco-Oil ainda verifica entraves, nomeadamente de caráter interno e político. Nuno Matos observa igualmente que faltam apoios fiscais às energias sustentáveis, a projetos totalmente novos e de origem portuguesa:

” (…) o facto de sermos pioneiros e termos este combustível, sendo desde logo o primeiro do mundo, cria grandes dificuldades. Havendo em Portugal algo que é totalmente inovador, as entidades têm muita dificuldade em perceber como é que isto se encaixa e como podem dar enquadramento.

Numa altura em que se torna prioritário um novo esquema que se alinhe à descarbonização, há também uma oportunidade em rever a legislação atual. Os estados membros poderiam fazer o seu próprio caminho, mas dentro de uma visão que englobasse todos os cidadãos e países europeus.

Este combustível sustentável,  certificado e português aguarda assim pela sua oportunidade em se tornar um fator-chave à transição energética. 

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