Em Portugal é um passo rumo à descarbonização do setor industrial.
Segundo a o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, a cerâmica opera com hidrogénio. Os primeiros testes de cozedura de produtos cerâmicos apresentaram já resultados muito promissores. Atualmente, esta operação, realizada em forno híbrido, atua em mistura de H2 e gás natural. Contudo, espera-se que as próximas avaliações sejam diferentes. Num setor que anualmente tem fortes consumos energéticos, pretende-se substituir o gás natural de origem fóssil por outras fontes sustentáveis.
É com o apoio do PRR que se avalia a amplificação do exemplo no futuro próximo. Considerando que a indústria do vidro e da cerâmica são dos maiores consumidores energéticos em termos industriais, este é um passo muito positivo em prol da descarbonização que a Comissão Europeia (e através das medidas CELE) está a impor às várias empresas.
“Os primeiros resultados mostram-se promissores e a adoção desta fonte energética está a corresponder às expectativas” revela o Centro Tecnológico.
Cerâmica opera com hidrogénio, estudando-se o potencial energético, mas também o resultado dos produtos finais.
Em conversa com a PCBC, Albertina Sequeira, vice-presidente da APICER (Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria), revelou os desafios de se usarem novas fontes de energia em novos fornos. E não apenas em termos de comparação de resultados, entre hidrogénio, gás natural e eletricidade, mas também para o resultado final.
Em peças que pautam pela qualidade e beleza dos detalhes, o processo de cozedura tem de ser estudado. A durabilidade, o brilho, a espessura, a resistência, tudo conta. Fora, claro, o valor de emissões de gases (e carbono) emitidos. E até mesmo outros tipos de mistura, avaliando o impacto energético final.
“A transição digital é essencial para aumentar a eficiência e transparência na cadeia de valor” explica a gestora.
Os testes estão a decorrer no Laboratório Hipocarbónico do CTCV, com o apoio da Induzir – Efficiency in Firing e da PRF – Gas Solutions, ambas empresas da região centro/oeste, onde o setor mais de faz sentir.
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