Carta conjunta da E-Fuel Alliance para inclusão dos combustíveis carbono neutros em veículos de transporte pesado na União Europeia

A E-Fuel Alliance, emitiu uma carta de parecer à posição da Comissão Europeia, no âmbito da descarbonização dos transportes pesados.

A E-Fuel Alliance, representante europeia das associações dedicadas, não apenas à mobilidade rodoviária, mas também ao setor de combustíveis e bicombustíveis europeus, emitiu uma carta de parecer à posição da Comissão Europeia, no âmbito da descarbonização dos transportes pesados.

O Parlamento Europeu, aprovou a tomada de medidas, restringindo as emissões de gases com efeito de estufa, mediantes moldes de compromisso anuais.

Assim estabeleceu para 2030 uma redução de menos 45% de emissões de CO2, para 2035 uma redução de menos 65% e para 2040, uma redução até menos 90% de emissões. Simultaneamente, propôs para 2027 uma revisão a estas medidas, que inclui uma proposta para o desenvolvimento de metodologias para registo dos veículos pesados, que sejam CO2 neutros. Esta medida, parece assim, abrir a porta aos biocombustíveis e sintéticos.

Visando que os combustíveis de baixo carbono e sintéticos, podem, então, acelerar a transição para uma mobilidade e cadeias de abastecimento mais sustentáveis, reduzindo as emissões líquidas de carbono, a carta publicada evoca também o reconhecimento que o Parlamento Europeu dá ao papel destes combustíveis à descarbonização.

Dentro deste apoio, verifica-se:

  • uma definição de combustíveis neutros em CO2 que garantiria compatibilidade com as normas existentes da UE na RED,
  • um mandato para a Comissão Europeia desenvolver uma metodologia para registar veículos pesados movidos exclusivamente a combustíveis neutros em CO2 e reconhecer o potencial de redução de emissões de carbono desses combustíveis,
  • um mandato para a Comissão Europeia avaliar o papel dos combustíveis renováveis até ao final de 2025.
Imagem colorida ilustrando a Comissão Europeia, para onde a E Fuel Alliance enviou uma carta respondendo às decisões tomadas face às novas regras de descarbonização.

A resposta da E-Fuel Alliance à Comissão Europeia

Aproveitando esta brecha, a E-Fuel Alliance, entre outras representantes europeias, escreveu uma carta conjunta, solicitando, contudo, uma maior celeridade neste processo.

Acreditando que os combustíveis alternativos oferecem um significativo potencial de redução de CO2, a E-Fuel Alliance admite que uma eventual falha no planeamento ao fornecimento e procura de combustíveis neutros em CO2 pode prejudicar o transporte de mercadorias, mais de metade do qual é atualmente realizado por estrada na UE.

Contudo, também se verifica que uma melhor abordagem ao Fator de Correção de Carbono teria refletido a contribuição imediata dos combustíveis neutros em CO2 para a descarbonização do setor. E, perante a revisão apenas prevista para 2027, a associação não vê qualquer vantagem em deixar passar mais quatro anos sem definir um curso em direção a esta solução eficaz e amiga do clima. Como tal, solicita a inclusão de uma disposição que incumba a Comissão de fornecer uma avaliação dos papéis desses combustíveis na descarbonização do setor até 2025.

Nesta carta conjunta, também se pretende encorajar veementemente o apoio às alterações mencionadas do Parlamento Europeu sobre os combustíveis neutros em CO2 e a integração destas na legislação final.

Para além disso, exige-se uma ação reforçada para criar um sólido enquadramento político para a transição ecológica do setor de veículos pesados. Desta forma espelhando as diversas necessidades e realidades das nossas empresas e sociedades em toda a Europa, através de uma escolha diversificada de soluções viáveis. Esta carta, assinada pela maioria das associações europeias, estabelecidas nos estados-membro, recomenda, por fim, o apoio às alterações do Parlamento Europeu. Ao mesmo tempo, solicita o apoio do Conselho Europeu, nas futuras negociações com os países membros.

Apenas desta forma se poderá verificar, mais rapidamente, uma diminuição da dependência de combustíveis fósseis, diversificando os portadores de energia no sistema de transporte, incluindo aviação e transporte marítimo.