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Biocombustíveis em debate no Tour d’Europe, que passou por Portugal
Empresas, instituições e associações ressalvam a importância energética dos biocombustíveis.
Num desafio lançado a 25 de março em Madrid, Portugal aliou-se ao Tour d’Europe. A iniciativa de demonstrar a importância dos combustíveis renováveis, foi promovida por várias empresas e associações europeias e nacionais. Bosch, Repsol, Prio, Epcol, ABA, entre outras, incluindo a PCBC, alertaram uma vez mais para a necessidade de se olhar para os biocombustíveis. Essenciais enquanto alternativa disponível à mistura renovável e no contributo à independência energética. Sendo mais sustentáveis, menos poluentes e que podem a diferença em eventos e cenários extraordinários.
Desta forma, até junho, com um evento final previsto em Bruxelas, pretende-se chamar a atenção dos decisores políticos europeus, mas também da indústria e sociedade, a estes componentes.
Assim, depois do primeiro encontro no dia 22 de abril em Aveiro, dia 23 foi a vez de Lisboa receber os diferentes veículos que estão a percorrer 20 países europeus, alimentados apenas por biocombustíveis. O debate, teve por anfitriã a NOVA School of Business and Economics, em Carcavelos. E por ele passaram diferentes protagonistas desta evolução de pensamento e energia.
Cláudia Ribeiro da Silva, administradora da BOSCH, foi factual no seu discurso : “A descarbonização está aqui, temos soluções e são viáveis. Só há que legislar de forma prática e transparente, em igualdade com as outras.”, acrescentando também que não devemos apenas olhar para uma única solução energética. Além disso, se queremos cumprir os requisitos ambientais, temos de acelerar o processo.
Por outro lado, foi igualmente relembrado por Pedro Cordeiro, administrador dos Transportes Aguieira, que a utilização dos biocombustíveis não requer alterações tecnológicas. Os motores estão preparados para as novas gerações de alternativas sustentáveis.
Além dos exemplos dados pela Câmara Municipal de Cascais, nomeadamente no que toca à substituição de frota automóvel, mas principalmente na gestão dos resíduos. Já Anabela Antunes, COO da Prio, referiu a necessidade de mudar a legislação se queremos ser proficientes na descarbonização.

Biocombustíveis em debate, com necessidade de equiparação aos combustíveis tradicionais.
Contudo, a questão levantada por António Comprido, secretário-geral da EPCOL – Empresas Portuguesas de Combustíveis e Lubrificantes, foi determinante. Numa época em que são feitos grupos de trabalho e planos de ação para várias matérias energéticas e tipos de energia, não se entende o porquê de não haver estratégias “in house” para os combustíveis de baixo carbono. Da mesma forma menciona o triângulo Ciência, Mercado e Consumidores, como as bases para se encontrar uma solução equilibrada.
Já Ana Calhôa, secretária-geral da ABA – Associação de Bioenergia Avançada, reitera que os biocombustíveis “nunca estiverem em pé de igualdade” com os combustíveis fósseis. Nomeadamente no que toca as taxas de incorporação e impostos associados ao seu consumo.
Ainda assim, todos os presentes e convidados concordam com a necessidade de se fazer mais e melhor. De relembrar aos governos europeus que uma transição energética não se faz apenas por uma única via.
Relembrando o efeito dominó que originou o “apagão” ibérico, dia 28 de abril, e poucos dias depois deste evento, é fácil perceber a necessidade de maior independência energética, contando com várias fontes de energia. E onde as renováveis se mostram essenciais, desde que numa estrutura estável, mas também que possa ser parcialmente autónoma.
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