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Atingir a neutralidade carbónica até 2050 depende das tecnologias permitidas pela legislação futura

Numa carta conjunta enviada ao vice-presidente executivo da UE, Franz Timmermans, a IRU ( International Road Transport Union), a European Shippers’ Council e a FuelsEurope – representando os operadores de transporte e os fornecedores de energia – pediram o reconhecimento total e igualitário dos combustíveis líquidos neutros em carbono para motores de combustão interna, juntamente com a eletrificação e as células de combustível a hidrogénio, na proposta legislativa da EU que regulamenta as emissões de CO2 de veículos pesados (HDV).

No entanto, o alcance dessa meta depende das opções de tecnologia permitidas pela legislação futura, impactando tanto os veículos quanto a infraestrutura.

O Diretor Geral da FuelsEurope, John Cooper, afirmou:

“O sucesso da transição dependerá muito das opções tecnológicas permitidas pela legislação futura. Não há dúvida de que o desenvolvimento de tecnologias de eletrificação e do hidrogénio pelos fabricantes de veículos pesados da UE fará um grande progresso e pode fornecer uma ampla substituição. No entanto, as especificidades do transporte rodoviário internacional mostram que o abandono total dos combustíveis líquidos utilizados na logística europeia é altamente suscetível de trazer riscos desnecessários para o setor.”

De referir que da atual frota de mais de 6 milhões de Veículos Pesados de Transporte de Mercadorias que mantem a segurança dos abastecimentos vitais em toda a UE, cerca de 2 milhões são veículos de longo curso (40 ou mais toneladas). Passar de uma autonomia de condução de 1.500 km a combustível líquido para uma autonomia elétrica de 300 km, com incertezas quanto à infraestrutura de carregamento (a energia elétrica necessária para recarregar a bateria de um HDV é equivalente à eletricidade necessária para abastecer mais de 100 residências diariamente) e à disponibilidade da rede, representará riscos graves, pelo menos nalgumas rotas de longo curso.

Os combustíveis neutros em carbono também são a opção mais realista para descarbonizar a aviação, a maior parte do transporte marítimo e a frota existente de veículos rodoviários. A disponibilidade de biomassa sustentável é mais do que suficiente para satisfazer a procura de biocombustíveis avançados para os três modos de transporte.

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