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Apoio no abate a carros, é essencial para combater o envelhecimento do parque automóvel nacional

Serão 129 milhões de euros destinados para o abate de 45 mil viaturas. O apoio no abate a carros, encontra-se inserido no Orçamento de Estado aprovado para 2024, numa medida solicitada pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Nos últimos dados da PRODATA (2022), dos cerca de 5.8 milhões de veículos registados em Portugal, cerca de 3.7 milhões têm mais de 10 anos. Salários médios baixos, preços cada vez mais elevados e uma política “elétrica” muito cara, inibem a troca de viaturas pelos consumidores.

Para a ACAP estes números são preocupantes, nomeadamente para o setor automóvel. Ainda assim, sentiu-se um crescimento no mercado em 2023 de 26%, face a 2022, nomeadamente para veículos de nova geração (e baixo carbono). Durante o ano passado, metade dos automóveis vendidos até então, cerca de 51.9%, eram movidos a outras formas de energia. 18.2% desses, eram veículos ligeiros de passageiros, de abastecimento elétrico.

A pedido imediato, a ACAP pede um apoio mais rápido do Estado ao apoio no abate a carros, numa verba que foi inserida no Orçamento nacional.

Imagem ilustrativa de um automóvel, de cor azul, num descampado, com montanhas em fundo. O automóvel apresenta-se degradado e em fim de vida. O apoio no abate a carros em Portugal é essencial para renovar uma frota que tem mais de 10 anos.

Apoio no abate a carros, entre a vitória nacional pela ACAP e a demagogia europeia

Hélder Pedro, Secretário-geral da ACAP, menciona também a necessidade de pensarmos, claramente, na sustentabilidade associada ao setor. E à utilização de carros “velhos”. Porque existe a diferença entre um carro antigo, bem tratado, cujas emissões não ultrapassem os limites, e os outros. O abate a carros, mais velhos, sem condições, com emissões médias de 170g/km de CO2, tem de ser um objetivo claro. Tal como verificar a idade dos automóveis importados, usados, que apresentam uma média de 7 anos, contra 4 anos, verificados em 2020.

Por outro lado, claramente cabe também aos consumidores esta mudança. “As crescentes preferências por veículos mais sustentáveis adicionam uma nota  de esperança ao balanço do último ano”, explica o Secretário-geral. Mas essencialmente os apoios no abate, constatados pelo governo português, que representam uma vitória.

Como tal, é a única forma de pensarmos no cumprimento das metas ambientais. Com limites previstos em 2025, 2030 e por último 2035, com a proibição de venda das viaturas movidas da combustão, a renovação do parque é essencial. Em termos europeus, contudo, a ideia vai mais longe. Caberá à União Europeia aumentar estes apoios aos Estados-membros. Até porque a eletrificação não terá qualquer impacto, se não ocorrerem estratégias justas, de acesso à mobilidade ligeira.

 

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