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ANECRA discute os pilares da sustentabilidade no setor empresarial automóvel, com presença da Plataforma de Combustíveis de Baixo Carbono, na 34ª Convenção Anual

 

 

A ANECRA – Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel, organizou no passado dia 27 de outubro, a 34ª Convenção Nacional. Optando por abordar distintamente a forma como se olha a “sustentabilidade”, promoveu o debate pela criação de valor no futuro do setor.

Ocorreu, no passado dia 27 de outubro, a 34ª Convenção Anual realizada pela ANECRA. Destacando-se a presença da Plataforma de Combustíveis de Baixo Carbono (PCBC) o evento foi marcado pelo tema da Sustentabilidade.

Durante o encontro de associados e parceiros, duas abordagens distintas foram tomadas para o evento de 2023. Uma primeira, referindo-se aos desafios ESG das grandes empresas. A segunda abordagem, nas palavras de Roberto Gaspar secretário-geral da ANECRA, interrogando de que forma irá o setor automóvel responder aos novos desafios, depois de todas as transformações necessárias. Algo, contudo, foi o ponto chave de reflexão no encontro de parceiros: a transição energética veio alterar a matriz do setor, e nada ficará igual, sendo preciso incluir novos valores ao mercado.

Na jornada, também foi debatido o papel que a inteligência artificial (IA) irá trazer à indústria automóvel. Sem dúvida que as oportunidades de desenvolvimento devem ser aproveitadas, nomeadamente no que toca ao registo de informação em tempo real.

Por outro lado, a crise atual que se vive socialmente, leva a que haja uma maior falta de mão de obra, sendo necessário mudar o panorama laboral. Um serviço baseado em IA, deve ser acompanhado de pessoal técnico. Mas para isso, há que haver uma aposta na melhor formação, e numa melhoria salarial, que leve à conjugação de expetativas.

João Reis, representando a Plataforma de Combustíveis de Baixo Carbono, afirmou que “a indústria automóvel europeia sofrerá muito com as decisões políticas futuras. Falamos de uma indústria com mais de 100 anos, e que foi a base da evolução social nunca antes vivida pela humanidade. Por isso deverá haver prudência na forma como aceleramos os processos. É a 1ª vez na História, que decisões políticas definem o futuro do que vai ser feito.”, acrescentando, contudo que “a tendência nos automóveis ligeiros é elétrica. A PCBC reconhece a necessidade de eletrificação. Mas existem outras soluções (para a transição) na mobilidade, que são os produtos de baixo carbono, e que deverão ter lugar na equação”.

 

Imagem Cartaz da 34ª Convenção Nacional da ANECRA

ANECRA e o futuro do setor em Portugal e na Europa

Para o secretário-geral da ANECRA, o futuro é desafiante. Num jogo entre os “gigantes” operadores europeus, existem vários eixos nos quais o setor tem de girar. A sustentabilidade é pano de fundo, desde que estejam equilibrados o fator social, económico e ambiental.

Simultaneamente, existe a plena noção que as novas regras implicam uma transformação elétrica – mas será que existe resposta compatível? Começando, por exemplo, pelo acesso às matérias-primas. E será que estão os países membros, preparados para uma eletrificação total?

Em Portugal, o mercado será ganho pelos automóveis em segunda mão. Com as disparidades económicas, dificilmente haverá poder de compra, pelo que se fala do refactoring. Ou seja, os automóveis mais antigos regressam às fábricas, passando por um processo de reciclagem, e saindo como novos.

Embora ainda haja espaço para os diferentes tipos de combustão a diferentes públicos-alvo, a questão mantém-se. Até mesmo por motivos económicos. O futuro poderá não ser tão pacífico a quem fabrica, vende e compra automóveis.

Explica Roberto Gaspar na entrevista ao Jornal Económico, em vésperas da Convenção: “Faremos a transição para uma área onde os concorrentes são mais agressivos, estamos a pôr em causa a sustentabilidade da indústria. Essa é a interrogação e uma provocação que queremos fazer a quem estará connosco. Esse será o desafio de todo o sector.

 

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