dn.pt

A descarbonização dos pesados e o essencial para uma evolução da sociedade moderna

A necessidade em descarbonizar os vários setores industriais é cada vez mais obrigatória. Como tal, a descarbonização dos pesados terá um forte impacto a este objetivo.

Por um lado, o peso da responsabilidade. A União Europeia estabeleceu regras que têm de ser cumpridas. Por outro, a forma para as cumprir.

Entre a eletrificação dos países, ao evidente crescimento de aquisição de veículos ligeiros elétricos, a descarbonização dos pesados é igualmente essencial. E para tal, uma vez que os processos de transporte e logística são parte integrante no mercado mundial, terão de haver outras alternativas para o efeito.

Desta forma, os conceitos de biocombustíveis, bioenergia ou combustíveis de baixo carbono, entrarão no vocabulário nacional, e não só. Ao mesmo tempo, a geração destas novas respostas energéticas, permite, mesmo que com esforço financeiro, responder aos desafios de rapidez e mobilidade sustentável.

Em Portugal, importa não esquecer, que 60% da energia consumida e CO2 emitido, provém dos pesados. Isto implica uma ação direta à descarbonização da própria fonte de combustível que continua a ser necessária aos motores a combustão.

Contudo, compreendem-se os atrasos e as reticências à mudança. Os valores de investimento são elevados, o que leva a desistências e nem sempre a legislação é clara. Ainda assim, importa entender que a criação de uma economia circular no setor, potencia empregos, tecnologias e produção interna. Nunca o “made in Portugal” fez tanto sentido.

Imagem colorida com um camião de transporte (pesado).

Portugal e o investimento verde

Nas palavras de Emanuel Proença, Presidente da Associação de Bioenergia Avançada (ABA): “Portugal produz mais de 400 milhões de litros destes combustíveis verdes. Só estes conseguiram ajudar a acelerar o passo na descarbonização da mobilidade nos últimos anos – mais de 90% de quota na redução de CO2 que Portugal conseguiu. São usados na sua maioria em mistura com o diesel fóssil, mas cada vez mais em sua substituição, progressiva ou completa.”

A ABA foi uma das instituições responsáveis pelo congresso B+Summit. O evento realizado lidou exatamente no âmbito de discussão à descarbonização dos pesados.

Dentro das alternativas de investimento verde, a ideia de opção por combustíveis renováveis e/ou sustentáveis faz sentido. Já se começam a identificar opções como a FAME, HVO e sintéticos (synfuel) para a descarbonização dos pesados. Estas marcam diferença na redução de gases com efeito de estufa, por exemplo, reduzindo as suas emissões entre 77 a 99%. E muitas são as empresas que apostam na sua utilização para as frotas de transporte, enquanto o elétrico não chega para todos.

A transição na energia tem de ser feita por esta medida, apoiando-se em políticas sérias e eficazes, que permitam não só aumentar a produção, como aplicar os resultados.

Leia o artigo de opinião AQUI.