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3 mitos sobre biocombustíveis

 

Os biocombustíveis de resíduos desempenham um papel relevante para a transição e autonomia energética dos países. Com as metas de descarbonização definidas pela UE e temas climáticos emergentes na COP27, é essencial esclarecer os consumidores sobre alguns mitos normalmente associados aos biocombustíveis, que, como revela o relatório da ABA divulgado em julho, são a fonte alternativa aos combustíveis fósseis mais utilizada (84%) e contribuem de forma significativa para alcançar a neutralidade carbónica na mobilidade.

Ana Calhôa, Secretária-geral da ABA – Associação de Bioenergia Avançada, destaca que

“a bioenergia avançada merece toda a nossa atenção pelos benefícios que traz. Além de uma solução imediata e acessível para reduzir os gases de efeito de estufa em setores como a mobilidade ou indústria, os biocombustíveis avançados representam uma solução para valorizar e reutilizar resíduos enquanto matéria-prima, e contribuem para a independência energética de diferentes setores”.

Para ajudar a desmistificar alguns preconceitos e contribuir para um consumo mais informado, a ABA esclarece três mitos associados aos biocombustíveis.

1 | Redução da vida útil do veículo

Os biocombustíveis que hoje são produzidos estão adaptados às especificidades dos motores atuais. As misturas disponíveis para abastecimento estão preparadas para os veículos que hoje circulam, sem qualquer risco para as componentes mecânicas. Aliás, a UE está também a desenvolver legislação para incentivas maiores percentagens de incorporação, generalizando esta oferta a todos os postos de abastecimento.

Em Portugal, existem inclusive projetos que atestam veículos pesados com misturas mais ricas, acima do B7 (7% de biocombustível) que se encontra na generalidade dos postos de abastecimento, chegando mesmo aos 100% de biocombustíveis (B100) e eliminando qualquer presença de fontes fósseis. Ao mesmo tempo, são desenvolvidos biocombustíveis para os setores da aviação e navegação marítima, alargando a descarbonização a toda a mobilidade.

2 | Fator de crise ambiental

Os biocombustíveis de resíduos assumem-se como uma das soluções energéticas que mais contribui para preservar a natureza. Através da recolha e tratamento de matérias-primas como óleos alimentares usados, margarinas e molhos fora de especificação ou borras de café, os biocombustíveis feitos a partir de resíduos não só contribuem para os valorizar enquanto fonte de energia sustentável para a mobilidade, como reduzem o desperdício e poluição ambiental.

3 | Aumento do lixo importado
Portugal dispõe de várias ferramentas, operadores e tecnologias que permitem ao país ter uma capacidade de produção de biocombustíveis elevada. Neste sentido, a importação de resíduos é feita enquanto matéria-prima para elevar esta produção de bioenergia avançada e promover a descarbonização da mobilidade, valorizando-os como uma fonte mais imediata, eficaz e acessível a todos.

O que é visto como lixo, na realidade, assume-se como uma matéria-prima tratada que cria uma alternativa sustentável para a mobilidade, descarbonizando os transportes, apoiando uma economia circular e evitando a deposição destes resíduos em aterros e a consequente poluição que iria gerar.

“Pela importância de contribuir para esclarecer a sociedade civil, órgãos legisladores e poder decisor, a ABA tem desenvolvido um trabalho próximo dos principais players no mercado da bioenergia avançada. O objetivo é contribuir para informar os consumidores e aumentar o potencial dos biocombustíveis como alternativa à mobilidade sem impacto carbónico, onde a desmistificação de temas como este tem um papel fundamental”, conclui.

 

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