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Europa Verde e a resposta da sociedade. Como equilibrar a balança social contra a necessidade ambiental.
A rapidez com que se pretende, agora, atingir metas ambientais, parece em rota de colisão com as crises económicas e sociais dos países europeus. Como podem a Europa Verde e a resposta da sociedade estarem lado a lado?
Será possível dar uma resposta energética de origem limpa ou sustentável? Se bem que mudar o cenário parece irreal, a velocidade com que as políticas da União Europeia vão sendo “impostas”, não apresenta grandes alternativas. Como resultado a Europa verde e a resposta da sociedade terão de estar afinadas numa mesma direção, contra o risco de uma ainda maior desigualdade social ou mesmo de uma profunda crise nos estados.
Observemos o que se passa à nossa volta e que afeta o nosso dia-a-dia. Compreendemos, por certo, que houve espaço, tempo e dinheiro suficientes para que, ao longo dos últimos 30 anos, a transição ambiental não fosse apenas uma ideia teórica. E como tal, rapidamente ganhamos noção que muito foi falado e pouco foi realmente feito.
Se bem que o mix energético ainda não é suficientemente relevante, não deixa de ser curioso o quão fácil é influenciar parte de determinado tipo de população em adquirir veículos elétricos. Obviamente que isso não satisfaz qualquer solução. Quanto muito agrava a distribuição de privilégios e acesso ao poder de compra. A descarbonização, essa sim, o tema aqui essencial, terá, então, de começar na fonte. A origem das matérias-primas, a formação das pessoas, a análise do ciclo de vida. A forma da população, no caso, europeia, em alterar o seu padrão de vida. Tudo conta na equação final. E não podemos deixar ninguém de fora.
Mas este ajuste social e económico também terá de ser pensado, principalmente pelos governos.
Tensão social entre uma Europa verde e a resposta da sociedade
Nas palavras de Jorge Costa Oliveira, Consultor financeiro e business developer: “Após décadas a empurrar a transição energética com a barriga, os líderes europeus decidiram acelerar as metas desta transição. (…) continuam a aprovar roteiros e calendários a roçar o pensamento mágico”.
Na busca por novas fontes de energia, resta saber qual o novo preço a pagar. Se os combustíveis fósseis têm de ser colocados de parte, a sustentabilidade ambiental, terá de ser aplicada às alternativas renováveis. Mas será isso que se tem vindo a observar? No que toca à extração de recursos, e à desigualdade social, ainda há muito a fazer. Ou seja, enquanto que os materiais agora usados possam ser distintos, as origens geográficas são as mesmas que antes. Como resultado, podemos estar descansados no que toca à proteção de pessoas e Ambiente? Afinal, em quem poderemos confiar?