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Cimpor aposta em baixo carbono

 

Com consciência no impacto ambiental produzido pelas cimenteiras, a Cimpor aposta agora em baixo carbono, querendo reduzir ao máximo a sua pegada e emissões.

A Cimpor aposta em baixo carbono, captura de CO2 e em hidrogénio. Considerando que as cimenteiras resultam numa das indústrias mais poluentes em Portugal, a empresa terá de mudar, e rapidamente, a sua atual estratégia. Se a isso juntarmos o ano de 2030 como prazo de implementação do Plano Estratégico de Descarbonização da Cimpor, temos a receita para o sucesso gradual. Reduzir até 37% as emissões diretas, de um total que, hoje, se encontra em 700 kg CO2/ton cimento é um dos objetivos principais. 

A criação de novos produtos de menor pegada, e a reutilização de diferentes betões, estão também na base da aposta em baixo carbono. E isto porque o betão pode atuar como sumidouro de carbono. Por outro lado, estão já em atuação algumas tecnologias que permitem o corte de emissões. E prevê-se que o processo de captura, uso e armazenamento de CO2 venha a ser implementado também. 

Numa indústria onde as emissões provêm principalmente do processamento químico do calcário, uma estrutura que permita “agarrar e guardar” o dióxido emanado, seria ideal. Até mesmo porque, explica Paulo Rocha, diretor de Inovação & Sustentabilidade da Cimpor, o gás que seja capturado, junto a hidrogénio, irá permitir, por sua vez, a produção de outros combustíveis sintéticos e produtos de valor acrescentado. 

Imagem aérea colorida de uma das fábricas da cimenteira nacional. A Cimpor aposta em baixo carbono, com a transformação de produtos e novas fontes de energia

Armazenamento de CO2 e betão reciclado. As novas armas das empresas em prol do ambiente.

“Temos em curso planos para investir mais de 150 milhões de euros até 2030 na redução gradual das nossas emissões, produção e consumo de hidrogénio verde, captura de CO2 e aproveitamento do mesmo para a produção de combustíveis neutros ou de baixo carbono.” descreve Paulo Rocha.

Contudo, será para 2050, que a empresa espera atingir a neutralidade carbónica. E, para tal, estar já com os projetos de produção de hidrogénio e captura de CO2 completamente funcionais. 

Em relação ao dióxido de carbono que não puder ser usado, a Cimpor diz-se interessada nos projetos de armazenamento geológico. Ou seja, a forma como se pode injetar o gás em rochas com propriedades de reservatório, e por sua vez ser novamente incorporado como um mineral na estrutura geológica. 

Já o betão reciclado, ou betão verde, também tem impacto, uma vez que usa cimentos com menor conteúdo em clínquer (elemento que resulta da calcinação do calcário, muito poluente). Por outro lado, também se espera que para este novo produto, possam ser usados materiais sobrantes da construção e demolição. Para tal, seria muito importante uma boa comunicação com as empresas que gerem a recolha de resíduos. 

Como resultado, a pegada carbónica seria muito inferior.  

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