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Biometano na Transição Energética. Será este um gás essencial para o futuro?
Biometano na transição energética são termos de fácil correlação. A produção de biogás já se faz no nosso país, mas pouco é (re)conhecida.
Qual será o impacto do biometano na transição energética? Será possível a produção deste gás colmatar as necessidades europeias ou de Portugal? Na verdade, talvez não. Mas enquanto outras soluções são procuradas, o biometano é capaz de fazer a diferença no mix energético.
No artigo partilhado abaixo, escrito por António Vidigal, consultor e especialista em Energia, explica-se qual o papel do biometano no futuro próximo. O investimento necessário, os gastos e as vantagens em tornar este gás num candidato ideal e renovável. E também como pode a Europa fazer frente à importação do gás natural russo, perante o permanente conflito bélico.
Em primeiro lugar importa saber que o biometano é produzido a partir do biogás, e tem uma composição química muito similar ao gás natural (um combustível fóssil que também terá de ser substituído). Como tal pode ser injetado na rede de gás sem que sejam necessárias alterações às infraestruturas. E assim, responderá mais rapidamente à eventual procura, do que o hidrogénio.
Sendo que atualmente a Europa produz cerca de 14.5 bcm de biogás e 3.5 bcm de biometano, o cenário expetável é, exatamente, o seu oposto. Uma redução do biogás por aumento do biometano. E porquê? Porque o biogás é formado por 60% de metano e 40% de dióxido de carbono, o que é ainda um valor bastante elevado e relevante para um ajuste à descarbonização.
Será necessário fazer-se, então, de acordo com o autor do artigo ,“o “upgrading” do biogás removendo o dióxido de carbono e impurezas como o sulfureto de hidrogénio. Obtém-se assim biometano que contém 85 a 95% de metano e que é compatível com o gás natural”.
Resolver problemas ambientais com biometano
A existência do biometano na transição energética, também poderá colmatar o problema da produção e descarte de lixos indiferenciados ou lamas ativadas. Uma vez que o gás é produzido através de digestores anaeróbios, podem-se usar, como matéria-prima, resíduos municipais e biorresíduos. E uma vez que a partir de 2024 torna-se obrigatório a (boa) gestão de resíduos orgânicos, Portugal poderia aproveitar a tecnologia já existente, promovendo novos projetos piloto.
Contudo, no meio desta mudança, há que ter em conta valores. Os custos de produção versus custos para os consumidores, são talvez, o principal entrave a novos investimentos. E embora a necessidade exista, veremos até onde levará a real vontade política.