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A Universidade do Minho aposta no aumento de produção de biogás a partir de lamas de ETAR

 

Investigadores do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho, procuram inovar a tecnologia para aumentarem a produção de biogás. Esta produção irá ocorrer a partir dos reatores para o tratamento de lamas de ETAR.

“O efeito de diferentes materiais condutores, como o carvão ativado ou nanotubos de carbono, pode potenciar e acelerar a produção de metano. Desta forma produz-se uma quantidade de biogás mais elevada, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis” pode-se ler no comunicado à imprensa.

Na verdade, os materiais mencionados desencadeiam um aumento de produção de gás que poderá ser reaproveitado de forma mais eficiente. O biometano ou biogás produzido serão assim integrados na rede natural de gás, diminuindo a parcela com origem fóssil.

Embora não seja algo totalmente inovador, a produção de biogás a partir de lamas de ETAR, continua a ser um método de estimular a produção energética, a partir da ação de microorganismos, através de digestão anaeróbia. Com este mesmo processo, é possível ocorrer uma função de tratamento de águas residuais e dos resíduos orgânicos.

Contudo, a principal diferença neste projeto coloca-se quando o biogás é produzido, não pelo transporte de eletrões via hidrogénio, mas pela troca direta de eletrões entre as diferentes espécies de microrganismos na presença de materiais condutores.

Neste caso, o que a Universidade do Minho descobriu, é que existem materiais que aceleram a taxa de produção de metano, porque também fazem esse transporte. Ou seja, os materiais funcionam como mediadores e adjuvante ao processo. Podem aumentar até 17 vezes mais a produção de biogás.

Imagem ilustrativa de uma Estação Tratamento Águas Residuais ou ETAR. A Universidade do Minho procura aumentar a produção de biogás a partir de ETAR, estudando materiais que potenciam os processos.

Mais estudos, maior compreensão do processo

O CEB quer assim, perceber melhor qual o papel funcional destes materiais. De que forma podem ou não atuar na atividade dos microorganismos, não apenas na produção de biogás a partir de ETAR, mas também a capacidade de auxiliarem nos processos de tratamento das lamas, cujas amostras são facultadas pela SUMIDOURO e Águas do Norte.

É aliás essencial a existência de uma parceria com a indústria, uma vez que se pretende aplicar os resultados a uma escala real. Ao mesmo tempo, permite aos envolvidos estar em cumprimento com os objetivos das Nações Unidas para 2030, para a reciclagem de resíduos e fornecimento de energia.

O projeto em questão é realizado junto da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, ao qual ainda se conta com a participação de uma investigadora especialista da Universidade do Sul da Dinamarca (SDU). As Águas do Norte e a SIMDOURO aliam-se ao trabalho, através do fornecimento de amostras de lamas reais, para desenvolvimento do potencial de biogás. Já os resultados finais serão partilhados com o consórcio PAQUES, COLSEN E AQUALIA, que são os fornecedores da tecnologia para a realização destes trabalhos.

 

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A PCBC agradece igualmente ao Dr. Gilberto Martins, pela informação partilhada.